domingo, 14 de junho de 2015

50 anos das Irmãs Servas da Misericórdia: uma história de amor e doação junto com a SSVP


Há 50 anos, um grupo de cinco irmãs da Congregação Servas da Caridade da Itália chegou a Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina) para trabalhar como enfermeiras no Hospital Cristo Rei. O que elas não poderiam imaginar é que este trabalho se ampliaria. Hoje, elas são responsáveis pelo Lar Padre Leone, que acolhe dezenas de moradores de rua. Para celebrar este Jubileu de Ouro, as freiras organizaram uma programação que segue até domingo.

Hoje, às 18 horas, será realizada uma procissão com saída da Capela Santa Maria Crucifixa. Amanhã, às 10 horas, na Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz (Igreja Matriz), será celebrada uma missa. E às 14 horas, no Cine Teatro Padre José Zanelli, haverá a encenação do espetáculo "Uma história de amor e doação", sobre a vinda da missão em Ibiporã, que será dramatizada por jovens das comunidades São Francisco e São Geraldo. Cerca de 400 pessoas de várias partes do Brasil e também da Croácia, Itália e Equador são esperadas para as comemorações.

A entidade leva o nome de seu fundador que, em 1956, iniciou o trabalho de atendimento a moradores de rua, com o grupo dos Vicentinos da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP). no prédio localizado na Rua Vicente de Paulo. O trabalho ganhou o reforço das irmãs em 1963.



Atualmente, 85 pessoas, de 29 a 93 anos, vivem na entidade, onde recebem, além de cuidados básicos de saúde e alimentação, o carinho de uma nova família.

A aposentada Nair Silveira, de 50 anos, de Apucarana (Centro-Norte), é uma das moradoras do lar. Quando chegou ao abrigo, há dois anos, por problemas de saúde, Nair mal se locomovia. Hoje, ela conta que caminha por todo o prédio e faz questão de ajudar as irmãs nas atividades domésticas. "Sou muito feliz aqui. Eu digo que é a minha casa emprestada e já que elas fazem tudo por mim, procuro sempre ajudá-las", destaca a moradora, enquanto abre um sorriso largo e abraça a irmã Ângela Maria da Rosa, que também é enfermeira.

"Mesmo sendo nova, eu digo que são meus filhos. Preciso ser firme quando necessário e, ao mesmo tempo, carinhosa como deve ser uma mãe. No final do dia, sentimos uma imensa gratidão a Deus por poder vivenciar tantas experiências boas ao lado deles", confirma a irmã Ângela, de apenas 33 anos, que veio de Bueno Brandão (MG), em 2006, para trabalhar no Lar.

Irmã Ângela: "Sentimos uma imensa gratidão a Deus por poder vivenciar tantas experiências boas ao lado deles"

De acordo com irmã Ângela, cerca de 20 freiras trabalham na missão, que envolve, além da assistência a andarilhos e idosos abandonados pela família, a educação de crianças em centros de Educação Infantil. Além do Paraná, as atividades são realizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Mato Grosso e Amapá.

No Lar Padre Leone trabalham mais duas freiras, a irmã Cristina dos Santos e a madre Lina Dusi, de 64 anos, diretora geral da entidade, natural de Bréscia, na Itália. Além de outros 27 funcionários, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e cuidadores.

Orgulhosa pelos 50 anos de trabalho, madre Lina reforça que mesmo diante de todos os desafios diários, faria tudo de novo e com o mesmo amor. "Esse é um carisma apaixonante", diz.
Quando chegou ao abrigo vindo da Bahia há cerca de 10 anos, após perder os parentes, foi no Lar que Tereza de Jesus, de 53, encontrou apoio. "Se não fosse pelo carinho e a doação delas, talvez, hoje eu estaria aí nas ruas, vagando sozinha, sem ninguém", revelou. "Mas, graças a Deus, hoje eu estou aqui, sou bem cuidada e estou muito feliz."

A entidade filantrópica, que se mantém, principalmente por doações da comunidade, também recebe recursos da prefeitura e do governo federal. (Fotos: César Augusto)

Serviço:
Interessados em colaborar com o Lar Padre Leone podem ligar para (43) 3258-1400.